Lisboa dá as boas vindas à Casa Loewe Lisboa. Um novo espaço na cidade que reúne a mestria dos artesãos às artes plásticas alinhadas com as novas propostas de eco design da marca.
Por Sandra Dias
A Casa Loewe Lisboa inaugurou no final de novembro no número 207 da Avenida da Liberdade, em Lisboa. E passa a ser a terceira Casa Loewe na Europa e a sétima no mundo. Juntando-se assim às Casas Madrid, Londres, Xangai, Singapura, Pequim e Tóquio. Foi projetada para continuar com a narrativa das novas lojas Loewe refletindo de igual forma a essência da marca, onde a modernidade assenta no artesanato.
Loewe é sinónimo de luxo e de tradição cuja história começou em 1846 como uma associação de artesãos de pele, no centro de Madrid. No final da década de noventa do século vinte a Loewe passou a fazer parte do grupo LVMH continuando a preservar a sua identidade original. À mestria da combinação de técnicas tradicionais com a tecnologia integraram-se novos aspectos ligados à sustentabilidade. O que fez evoluir naturalmente o seu conceito de luxo a sustentável. Porque luxo sustentável também significa artesanato e inovação das diferentes nacionalidades, preservando o património cultural local. E essa narrativa é transversal a todas as Casa Loewe.
Artes em harmonia com o interior
Arte contemporânea, design e artes e ofícios convivem de forma harmoniosa nesta nova morada com um interior de 400m² e um terraço com 75m². Onde se encontram obras de artistas e designers internacionais e elementos decorativos da tradição portuguesa, nas colunas revestidas com azulejos da secular fábrica Viúva Lamego. Todos eles, perfeitamente enquadrados com as coleções de moda e de acessórios Loewe para homem e mulher.
A Casa Loewe Lisboa exibe duas obras dos finalistas do Prémio Craf 2019 da Fundação Loewe, ‘Dichotomy’(2019) do artista britânico Harry Morgan e ‘Collection of Contained Boxes’ (2018) da artista britânica Andrea Walsh. Também aqui se encontram ‘Bowl’ (2014) uma peça de cerâmica do artista japonês Takuro Kawata e uma série de vasos feitos de carvalho esculpidos por Jim Partridge e Liz Walmley. A escultura de acrílico sobre papel-mâché da artista brasileira Erika Verzutti destaca-se neste ambiente que materializa o conceito que o diretor artístico da marca, Jonathan Anderson, definiu para as Casas Loewe.
Eco design em harmonia com a natureza
“Acho que estamos num momento sem precedentes em que o design tem de ser um espelho para o mundo, mas para ser um espelho, deve refletir as preocupações do mundo.” afirma Jonathan Anderson a propósito do programa Life 360 que o grupo LVMH lançou em 2020 e com o qual pretende aplicar os princípios do eco design a todos os novos produtos das suas Maisons até 2030.
O objetivo é garantir que as práticas adotadas têm um impacto positivo em determinadas fases do ciclo de vida dos mesmos. Para o qual o Grupo formulou prioridades estratégicas em torno de quatro planos de ação: circularidade criativa, rastreabilidade, biodiversidade e clima. A Loewe também adicionou um novo módulo à sua ferramenta de gestão do ciclo de vida, que avalia o impacto ambiental dos produtos com base em três fatores: os materiais utilizados, o processo de fabricação e a transparência.
É neste sentido, o de criar valor sustentável, que foi lançada nesta primavera ‘The surplus project’. Uma linha de carteiras em que se aplicam alguns dos princípios do eco design. Evitando o desperdício de materiais excedentes de coleções anteriores e com baixo impacto ambiental (clima, água e biodiversidade). Como resultado, a combinação de tiras de pele de diferentes cores e texturas, entrelaçadas manualmente, dão forma à carteira Woven. Modelo apresentado pela primeira vez na primeira coleção de mulher de Jonathan Anderson para a Loewe, a coleção de P/V 2015. E que é atualmente um clássico que incorpora o espírito original da Loewe com a mestria dos artesãos espelhando as preocupações ambientais do mundo.